Nesse ponto, por opinião e experiência própria, acho que não existe receita mágica. Eu sofro de dores muito fortes há 5 anos, e aquilo que mais espero dos outros é que me ajudem a sair dessa encrenca. É difícil imaginar que alguém que tenha este problema não queira ajuda. Acho que por mais difícil que a vida possa se apresentar às vezes, todo mundo deseja (com alguma sanidade mental),viver uma vida feliz, tendo em conta que esta vida é passageira, não queremos que este trajeto seja tão pontilhado de sofrimento.
Sendo assim, creio que a maior expectativa e esperança que um paciente com dor crônica pode ter, é que as pessoas com quem tem vínculo afetivo, auxiliem na busca por uma solução e alívio. Para que isto possa ocorrer, essas pessoas, seja familiares ou amigos próximos, tem de entender ou adquirir conhecimentos sobre o problema em questão. Por exemplo, as dores que tenho relacionam-se com a Articulação Têmporo-Mandibular. Dentro das patologias da ATM, vários sintomas têm lugar. O que quero dizer com isso, é que será muito difícil ajudar alguém sem se envolver minimamente em termos de conhecimentos do problema, compreensão de sintomas, e inclusive na busca por ajuda.Lidar com alguém que tem dores diárias é tarefa para super-heróis..não é todo mundo que dá conta do recado..Por outro lado, conviver com dores diárias, também é coisa para heróis e heroínas..então, nessa tarefa tão complicada, muitas vezes o que poderá salvar, será o Amor, que alguém possa sentir por você, de entender o seu estado, e querer o seu bem-estar tanto quanto você mesmo. Será uma jornada, vivida por você e pelas pessoas que não esmorecerem e desistirem..Uma prova de resistência para todos.
É claro, que quem convive com isso, "o cuidador", no caso, também terá suas dores, seus mas-humores, seus desapontamentos, suas tristezas e impaciências...
E não é fácil para quem está doente, muitas vezes lidar com a impaciência do outro quanto ao seu problema..mas o dia seguinte é o dia seguinte, e só ele pode renovar as forças, suas e dos cuidadores, o amor e a esperança de dias melhores.
O pior muitas vezes é ter que lidar com a desconfiança e preconceito sobre a dor crônica, sobretudo quando o impacto dela na sua vida foi ou é abrasador.
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